Vem aí a tecnologia para ver através de objetos

Clark Kent, ou melhor dizendo, o Super-Homem possui vários poderes. Além de voar, ser superforte e possuir o supersopro, o homem de Kripton também tem um dos poderes mais invejados por grande parte da humanidade: visão de raios-X. Sim, ele pode enxergar por trás das paredes para identificar mocinhas em perigo e conseguir salvar o dia, mais uma vez.

Mas na vida real não existe um Super-Homem, e para que seja possível enxergar além do que os olhos permitem é necessário trabalhar com a tecnologia. E uma nova ideia promete permitir que autoridades enxerguem por trás das paredes e das roupas para encontrar drogas e armas que estejam até mesmo nos bolsos de pessoas suspeitas.

Como funciona?
Mas o que é utilizado para isso não são os raios-X do Super-Homem e dos aeroportos, mas sim uma nova tecnologia de sensores remotos que trabalham com terahertz. Terahertz são ondas que existem entre as frequências de luz infravermelha e micro-ondas de luz, em um espectro.

O problema desses espectros é a facilidade com que se misturam ao ar e, por consequência, são absorvidos e degradados, perdendo completamente o efeito. Ou seja, em um mecanismo que trabalhasse apenas com os terahertz, não seria possível utilizá-lo em distâncias que ultrapassassem alguns poucos centímetros.

Para resolver esse problema, pesquisadores criaram um complexo sistema. Dois lasers saindo de um mesmo local, mas com frequências diferentes, atingem um alvo para gerar um plasma de ar ionizado. Este plasma emite ondas fluorescentes isoladas, assim podem ser captadas pela radiação terahertz a distâncias maiores, de até 20 metros.

Os pesquisadores do sistema testaram centenas de substâncias para criar uma biblioteca de espectros de terahertz. Com essa biblioteca os objetos catalogados são identificados e mostram instantaneamente aos detectores o que está sendo atingido, revelando se há materiais ilegais nos bolsos ou mochilas das pessoas.

Aplicações práticas
Por enquanto não há aplicações práticas para o sistema que não sejam referentes a questões de segurança. É possível aproveitar a tecnologia para detecção de bombas sem a necessidade de aproximação dos artefatos suspeitos, evitando que humanos ou robôs sejam obrigados a correr riscos devido à proximidade com altas cargas de explosivos. Além disso, aeroportos também podem começar a utilizar a tecnologia para analisar passageiros. Tudo realizado de maneira remota.

Invasão de privacidade?
Alguns podem dizer que isso fere todos os direitos de privacidade do mundo, mas uma coisa deve ser entendida: em comparação com os raios-X, os sistemas de terahertz são muito menos invasivos. Ao contrário dos raios-X, o novo sistema não pode identificar nada que esteja dentro do corpo humano (como implantes médicos), apenas o que está escondido nas roupas e bolsas.

Isso acontece porque os terahertz não ultrapassam nada que seja composto por água (como o corpo humano) ou metal. Apesar de garantir que ninguém possa ver outras pessoas sem roupa com a tecnologia, os bons e velhos raios-X ainda parecem ser muito mais seguros e menos burláveis.

Fodel!
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